/* Google Analytics */

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Espanha valoriza folguedos da cultura popular brasileira



Nós do Gerindo Cultura parabenizamos a Sociedad de Festeros de Ontinyent por seu nobre exemplo de respeito à nossa cultura popular de tradições Luso-Ibéricas.

A Sociedade Espanhola de Cultura, da cidade de Ontinyent, realizou nos dias 15 a 18 de julho de 2010, o 1º Congresso Internacional de Embaixadas e Embaixadores das festividades de mouros e cristãos. 



Motivados por estas celebrações, que ocorrem em diferentes formas e modos de apresentações, realizadas por povos de cultura Luso-Ibéricas, que acontecem em mais de 1.200 cidades, pertencentes a 30 países, distribuídos em 4 continentes, sendo alguns destes festejos patrimônios nacionais e outros mundiais.


O evento contou com a participação do Brasil, que foi representado por duas cidades, São José do Belmonte (Pernambuco) e Santo Antonio da Patrulha (Estado do Rio Grande do Sul), já que por um imprevisto no vôo, a cidade de Santa Cruz de Itabaiana no estado do Sergipe não pôde enviar seu representante. Os representantes tiveram a oportunidade de mostrar e explicar ao mundo seu modo de vida e como as Festas de Mouros e Cristãos são apresentadas. Aqui no Brasil temos a variante do folguedo, que é denominada Cavalhadas.
A fim reparar o imprevisto com o vôo, nossos amigos espanhóis realizarão no dia 18 de dezembro uma cerimônia esclusiva com uma firme vontade e a intenção de mostrar ao mundo a Chegança Santa Cruz.

O trabalho de resgate cultural vai  mostrar o caminho descrito por a cidadãos de Itabaiana sobre a Chegança Santa Cruz desde o ano de 1947 até os dias de hoje. A apresentação descreve o conflito religioso entre cristãos e mouros lutando no mar, a vidas dos marinheiros, suas viagens em um navio com todas as perigosas aventuras. O folguedo é baseado no depoimento do líder José Serafim de Menezes (Mestre Zé de Binel) acompanhado de Giselma de Jesus, José Luis Santos, Genilson Serafim de Menezes.

Após a cerimonia todos poderão participar de um jantar de confraternização com os produtos típicos da região valenciana, pelo preço de 15 €, para participar basta enviar um email (congresoembajadas@festers.net), indicando o seu nome e o número de lugares a reservar.

            Agradecemos este ato de valorização da salvagarda brasilera a Dom Rafael Ferrero Terol, Presidente e Dom Juan Antono Alcaraz, Secretario General em nome de todos que fezem parte da Sociedad de Festeiros de
Ontinyent, que mostrou ao mundo como gerir cultura em um nível internacional tornando a cidade de Ontinyent, província de Valencia, Espanha a Capital Mundial  das Festividades de Mouros e   Cristãos, entitulada assim no congresso.
_______________________________________________________________


(Texto Traduzido.)

1º Congresso Internacional de Embaixadas e Embaixadores das Festas de mouros e cristãos.
CONCLUSÕES:
1.- A invasão muçulmana da Península Ibérica em 711 e posterior à reconquista cristã culminou em 1492, é o conteúdo principal, que as embaixadas da Espanha dos mouros e cristãos. Durante esses sete longos séculos, cristãos e muçulmanos viveram e lutaram sobre a terra, queria as duas culturas igualdade, para a glória foram capazes de chegar a acordos que  garantiu um longos períodos de coexistência pacífica.

2.- As Festas de Mouros e Cristãos no resto da Europa, relembra as vitórias dos povos cristãos, os vários ataques contra os árabes, ou turcos sarracenos. As embaixadas são, na maioria das vezes, a recriação literária da vitória sobre os invasores.

3.- Com a chegada no novo mundo, com a generalização absoluta, os missionários fizeram uso da guerra espanhola muito presente entre mouros e cristãos para ensinar os nativos a religião católica. Os mouros, vencidos, consubstanciado as características do diabo, e os conquistadores cristãos, os benefícios as virtudes de Jesus e do cristianismo.

4.- A recriação das disputas entre o princípio da boa literatura se tornou um argumento, escrito ou oralmente transmitidos em cada posição geográfica é conhecida por seus próprios nomes: "Parlamentos", "Desafios", "Essas "Documentos", "Histórias", "Carros", "Gabando", "texto", "Mouros", "Diálogos", "Relacionamentos", "Soldados (Cavalhadas)", "Função", "Histórias", "Moreska" "Ambaixades" ... Estas são todas as espécies de embaixadas.

5 .- Ao longo dos anos nós esquecemos a dor da guerra, e as disputas históricas entre mouros e cristãos se tornam então motivos e argumentos para fazer festas, As Festas de Mouros e Cristãos.

6 .- A trama dos mouros e cristãos estão nas embaixadas. Mas as festa de embaixadas estão sendo descaracterizadas potencialmente para perder sua identidade. Em populações onde há embaixadas distintas com características próprias, através do Primeiro Congresso Internacional de embaixadas e de embaixadores dos Moros y Cristianos Fiesta - Ontinyent 15 a 18 de julho de 2010 preserva a palavra da Literatura, para alcançar a coexistência pacífica dos dois povos enfrentam na trama, embora nem sempre alcançada e não podendo evitar o recurso das armas.

7 .- Graças à tradição popular, transmitida de geração em geração através da palavra resistiu a embaixada, têm vindo a manter as palavras e atos, alguns na sua própria língua, as tradições que se transformam em motivo de comemoração,  estas tradições deve ser devidamente cuidadas por políticas de cultura e órgãos públicos responsáveis que servem para promover os valores sociais e culturais da comunidade.

8 .- A variação do chamado "Embaixadas humorístico" são uma amostra de toda a cultura tradicional de cada povo, país ou comunidade. Por conseguinte, deve reconhecer os seus interesses literários e promover o prestígio social e cultural, dada a sua recepção positiva popular.

9 .- É da responsabilidade dos órgãos governamentais nacionais, estaduais, provinciais, municipais ou a cultura local de cada um dos países em manter a celebração da Festa de mouros e cristãos, ser os depositários dos textos que estão representados em cada população, a fim de preservar e garantir a continuidade do festival.
10 .- O Primeiro Congresso Internacional de embaixadas e embaixadores dos mouros e cristãos, tem sido o catalisador para criar o primeiro senso global de pessoas que comemorar esses feriados e deve ser o primeiro banco de dados de conhecimento compartilhado, disponível todos os interessados em desenvolvê-lo e usá-lo, de modo que, com o apoio e reconhecimento público pode ser dada continuidade ao Congresso de Ontinyent.

11 .- Estudamos a possibilidade da criação do organismo internacional que reúne todas as cidades que celebram a Festa de Mouros e Cristãos.

CONCLUSÃO FINAL. - As Festas de Mouros e Cristãos, com suas embaixadas e embaixadores, é a melhor maneira que sabemos para continuar a fazer amigos.

_______________________________________________________________


(Texto de apresentação da Cidade de São José do Belmonte-PE, no 1º Congresso Internacional de Embeixadas e Embaixadores das Festividades de Mouros e Cristãos)

SÃO JOSÉ DO BELMONTE NAS FESTAS DOS MOUROS E CRISTÃOS

“De ordem do Rei dos Cavaleiros, A cavalhada vai começar!                                                                        (Ascenso Ferreira, no poema A CAVALHADA)

         A cidade de São José do Belmonte está localizada no interior do Estado de Pernambuco, na região Nordeste do Brasil. Apesar da aridez do clima e do abandono a que se vê relegada, seu povo acolhedor e prestimoso tem sabido manter-se fiel às suas mais antigas tradições tendo assim preservado as linhas mestras do seu caráter cultural.

        O município é rico em história, sua cultura popular é bastante diversificada e se expressa em festas religiosas, nos folguedos, nos mitos e lendas, mas, é sobretudo na CAVALGADA À PEDRA DO REINO, onde se situa sua maior manifestação cultural.

        A festa da Cavalgada à Pedra do Reino, realizada anualmente na última semana do mês de maio, é considerada como um dos maiores eventos do sertão do Estado de Pernambuco.

         A Cavalgada tem como objetivo rememorar um fato ocorrido no século XIX, marcado por um trágico movimento sebastianista, que resulta da crença na ressurreição de Dom Sebastião, Rei de Portugal, depois que o mesmo empreendeu uma cruzada para expulsar os mouros dos domínios portugueses na África e desapareceu misteriosamente no combate de Alcácer-Quibir, em agosto de 1578. Outro objetivo da Cavalgada visa promover a cultura do município dentro de um sonho de liberdade e de dias melhores.

        Fantasia medieval em pleno sertão nordestino. Mouros e Cristãos. O encarnado e o azul. Viola, repentes e literatura de cordel. Alvorada, tiros de bacamarte. Cavaleiro, cavalgada, cavalhada. Armadura de couro. Capa e espada. Rei e Rainha. Trabalhadores rurais de ontem e de hoje. Um micro universo que freqüenta as páginas da literatura clássica brasileira do mestre ARIANO SUASSUNA, de onde emerge para um dos teatros a céu aberto do mundo: A CAVALGADA Á PEDRA DO REINO. Sorte de cruzada que mistura tradição e história Luso-ibérica na colônia, traço da formação da identidade sócio-cultural brasileira.

        O movimento cultural da Pedra do Reino resgatou dentre outros folguedos populares da cidade de Belmonte, a Cavalhada, influência européia que tem hoje forte representação naquele lugar. “Festa Real”, com todos os requintes imitativos dos torneios medievais, representa a luta de cristãos e mouros. Tal brinquedo popular, também chamado entre nós de jogo de argolinhas, era representado antigamente em Belmonte nas festas de Natal e Reis. Tem-se o registro de que na festa de Reis de 1916 , os rapazes de Belmonte organizaram uma “garbosa Cavalhada”. A sua tradição foi mantida através do vaqueiro Zeca Miron que a recriou em 1996, quando foi incluída no calendário da maior festa da cidade, a Cavalgada à Pedra do Reino, que se realiza anualmente no último sábado do mês de maio. Idealizador da Cavalhada, o velho Zeca Miron era mestre tanto na organização quanto no manejo da lança. Sua dedicação ao folguedo chamava a atenção de todos os seus companheiros. Herdou do pai a habilidade de cavaleiro e o amor por cavalhadas, conseguindo transmitir para os seus filhos e netos. O mesmo sempre exigia dos cavaleiros muita disciplina nos treinamentos e nas apresentações para que estes mostrassem desenvoltura e precisão nos movimentos. Com o seu falecimento aos 89 anos de idade, a Cavalhada de São José do Belmonte passou a denominar-se a partir de 2003: CAVALHADA ZECA MIRON, homenageando assim o seu bravo mestre e idealizador.

        Embora haja a presença de reis e rainhas, cristãos e mouros, e de mascarados, a cavalhada realizada em Belmonte não se caracteriza como uma cavalhada dramática, pois nela não ocorre a luta de cristãos e mouros. É classificada como Cavalhada Nordestina ou Cavalhada Esportiva. Compõe-se de quatro partes: Visita à Igreja, Corridas, Escaramuças e Retirada. Trata-se de um espetáculo que conserva o que de mais bonito a tradição recomenda. Nele se sobressai a beleza da indumentária dos cavaleiros, das madrinhas e dos mascarados, além do colorido das bandeiras, do estandarte, dos brasões, das fitas e das flâmulas que ornamentam o ambiente. A destreza e o garbo dos cavaleiros durante o espetáculo cativam os espectadores. A elegância e fidalguia dos reis e das rainhas e das madrinhas são outra atração do folguedo. Todo o espetáculo se realiza ao som de boa música regional proporcionada por uma banda de pífanos e pela Banda de Música belmontense.

        No local destinado ao torneio, dá-se início as corridas de parelhas. Estas são concluídas com a introdução à corrida de argolinhas, que se resume em amarrar a corda aos postes e nela a argolinha é suspensa pela garra. A partir daí, tem início a parte mais emocionante do torneio: a corrida à argolinha. Após a retirada da argolinha, o cavaleiro deve mantê-la na lança até o recebimento dos prêmios. Há todo um clima festivo envolvendo o ambiente. A disputa do troféu de vencedor entre CRISTÃOS E MOUROS tem grande acompanhamento do público, que não se cansa de aplaudir os seus favoritos. A última parte do torneio consiste em demonstrações eqüestres, seguindo-se as escaramuças e cada uma com características próprias. O torneio da cavalhada se encerra com a Retirada: os pares se seguram mutuamente às rédeas, fazem um desfile e agitam as lanças na direção do público. A banda de música entoa um hino triunfal e depois seguem em cortejo para a Igreja de São José onde se faz o Agradecimento. Nessa hora, é comum ouvir um dos cavaleiros recitarem, uma décima – reminiscência da poesia quinhentista ou seiscentista de Portugal:             

“Avante, avante nobres cavaleiros. Adeus, adeus, até o ano vindouro...!”

(Texto: Valdir Nogueira)

Dentro do contexto Ibérico-medieval, esta sendo erguido em São José do Belmonte um grandioso castelo em arquitetura armorial inspirado na literatura e na cultura popular sertaneja, tendo objetivo de agregar um centro, de memória com um acervo musicológico da nossa história. Nesse espaço que será também, implantado programas sócio-educativos para jovens carentes.  

Matéria:
RENATO JOSÉ DE OLIVEIRA MAGALHÃES
Produtor Cultural
Delegado da II Conferencia Nacional de Cultura
Membro da Associação Cultural Pedra do Reino
Membro da Sociedad de Festeiros de Ontinyent
(87) 9611-1787                                                                                                                   



(Fotos: João Rogério e FUNDARPE)

5 comentários:

Unknown disse...

Muito bom! Eu como morador de São José do Belmonte e admirador da cultura da nossa terra,parabenizo e agradeço pelo respeito a história de São José do Belmonte. obrigado!

Unknown disse...

Lógico que para nós do sudeste isso nos parece uma história meio da época medieval, mas respeitamos a cultura de vcs e louvamos com muito respeito o modo de vcs mantê-la sempre viva e disseminando-a pelo Brasil e no mundo. De modo algum o intuito de ofensa, mas talvez um desconhecimento da diversidade cultural do Brasil.

CENESPE disse...

A cultura vem de diversas origens e permanece de geração para geração e é responsabilidade de cada povo ou comunidade preservá-la e acrescentar novos conteúdos. Como é notório é incapaz de manter instáveis valores e conhecimentos puramente humanos, então a cultura que não faz sentido é desvalorizada e substituída. São José Belmonte é lotada de uma cultura que contribui para o enriquecimento da história e valorização da cidade.(Francinaldo)

Unknown disse...

O engradecimento cultural de uma dada região precisa de bons militantes. Podemos ver em São José do Belmonte que os movimentos culturais ganham cada vez mais espaço devido a grande luta de seus bravos guerreiros da cultura. É de grande envergadura observarmos o crescimento do Movimento Cultural Pedra do Reino, porém o que nos entristesse é sabermos que esta luta ainda continua, mesmo sagaz, ocupando um espaço pequeno nas políticas administrativas desta cidade. Por isso, espero que além da expansão territorial que o nosso movimento vem ocupando, possa crescer a valorização das pessoas e dos administradores públicos. Devemos sonhar com uma sociedade crítica e participativa, mas para que este sonho vire realidade devemos regar nosso sonho de cultura e educação. (Cícero Nunes)

Júnior Xavier disse...

Parabens, pelas noticias e materias publicadas que geram o aumento e difusão da cultura entre a população.

A todos que fazem parte deste blog minhas saudações.

abraços

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...